“O título não pretende ser uma emulação da provocação artístico-filosófica de René Magritte; aliás, seria uma tremenda e fracassada ousadia, certamente muito mais olhos do que barriga. E também não quer ser uma reflexão sobre o objeto e a sua representação, e ainda menos uma recuperação do pensamento de Michel Foucault (em livro homónimo) sobre este e outros temas das Artes ou das Ciências Sociais.”

“Pretendo celebrar o importante prazer do charuto, mas fazendo de conta que não, pelo que titulo “isto não é”. E fazendo de conta que não, porquê? Por três razões elementares. Elementar, meus caros Watsons. Ou será fazendo de conta que celebro, não celebrando? Afinal, que nego eu, afirmando, e que afirmo eu, negando? E que sabe o meu ego do meu id, e vice-versa? Consciente ou inconscientemente, e piscando o olho ao superego. Assemblage de palavras, tudo conta, tudo pode ser incorporado, e tudo é alguma coisa, quando não o seu contrário. N’est-ce pas?”

“E nós, na nossa sã e ilusória modernidade, queremos viver sem vazio depois do adeus, sem morte e sem o conhecimento dela.”

Diferenciar, hoje, também é péssimo, já se sabe, o que conta é nivelar, mesmo que seja por baixo, universalizar, mesmo que apenas na superfície, igualizar, mesmo que apenas em discursos para enganar os tolos que se deixam seduzir pelas aparências e pela força cogente e normativa (e muito deformadora) da linguagem e das imagens. Quanto mais parecemos todos iguais menos o somos, porque se acredita no que se mostra e se não pensa no que não se mostra. 

Em “First things First”, W. H. Auden escreveu, no final do poema, “thousands have lived without love, not one without water”.

“Tempo? Não há tempo. Tempo silencioso, interrogador, tempo de pensamento e confronto. É preciso tempo, para estar, para ser.”

“Diferenciar, hoje, também é péssimo, já se sabe, o que conta é nivelar, mesmo que seja por baixo, universalizar, mesmo que apenas na superfície, igualizar, mesmo que apenas em discursos para enganar os tolos que se deixam seduzir pelas aparências e pela força cogente e normativa (e muito deformadora) da linguagem e das imagens. Quanto mais parecemos todos iguais menos o somos, porque se acredita no que se mostra e se não pensa no que não se mostra. “

fotografia de Mário Príncipe assisitido por Rodrigo Lopes, maquilhagem Carla Pinho com produtos Sisley Paris Official

fato Sandro, gola alta Massimo Dutti, óculos Façonnable, relógio Louis Vuitton