“Até ao Saudade é o Teu Nome, ninguém da área da Moda sabia que eu era Fadista, e vice-versa”

“Comecei a cantarolar em casa e a minha mãe achou que eu tinha jeito — estranhamente, porque ninguém na minha família tem jeito para cantar”. Tinha uns cinco ou seis anos quando, de férias no Carvoeiro, o animador do dia desafiou as crianças que quisessem a subir ao palco ali, à beira-mar. Fintou a consciência da mãe e lá foi, todo contente, cantar Postal dos Correios, dos Rio Grande. Mais tarde, Ilda Ventura dizia à mãe de Sérgio que o miúdo tinha jeito era para o Fado — “Fado? Bom, se ele gostar, ele que cante”. Em 2003, aos nove anos, ganhava a Grande Noite do Fado e, apesar de ainda ter brincado com a música ligeira, a ligeireza sempre lhe disse muito pouco.

A sua criação está na interpretação. Encontrar o novo no que já existe. O único novo possível — aquele que é indubitavelmente seu, e foi precisamente assim que chegou ao Styling.

“Enquanto Stylist, há um estilo, que é o meu, e que tem um acréscimo do Fado — como tem tudo o que faço —, mas não tem a vertente séria. Há um lugar criativo que mexe comigo e que me entusiasma, claro, mas não há esse peso de um lugar só meu”

“Sempre soube que ia cantar para o resto da minha vida”, deixa sair entre tragos da imperial. “Mas nunca pensei que fosse tornar-se algo maior, que pudesse fazer disto uma profissão”.

fotografia Mário Príncipe assistido por Tiago Serrano entrevista Irina Chitas styling Sérgio Onze vestido com Ernest W Baker produção executiva imgmSTUDIO

agradecimento especial ao restaurante Bela – Vinhos e Petiscos